quarta-feira, 25 de abril de 2012

Conhecendo nossos alunos

     Quando entro pela primeira vez em uma turma, fico cheia de curiosidade. O que vou encontrar pela frente? Quem são as pessoas que formam aquele grupo?
      Não me esqueço nunca, porém, de que eles também estão curiosos a meu respeito. Será que sou muito brava? Como serão minhas aulas... difíceis?... chatas?... interessantes?... divertidas?...
      É bem verdade que as aulas dependem dos dois lados. Do professor e dos alunos. Afinal, é a turma que vai ditar o ritmo... a profundidade... Apesar do conteúdo ser o mesmo, sabemos que nossas aulas nunca serão iguais. Interesses e questionamentos variam de ano pra ano, de lugar pra lugar. Isso ajuda a não ser cansativo, repetitivo o nosso trabalho.
       O que fazer, então, numa primeira aula, num primeiro contato?
       Começo matando a curiosidade deles sobre mim. Digo meu nome, conto um pouco da minha história... Falo como costumo trabalhar, como gosto de avaliar, abro o jogo dos meus níveis de exigência... Respondo a tudo o que me perguntam.  
       Depois, é a vez deles. Desde os meus tempos de aluna, uma coisa muito importante pra mim foi não ser apenas um número. Gostava que meus professores me conhecessem pelo nome. Inclusive, ao mudar de colégio, pedi que minha mãe mandasse fazer uma mochila com meu nome bordado e a colocava num lugar onde o professor não pudesse deixar de ver. Meio bobo, né? Mas funcionou. 
        Lembrando disso, sempre tive o cuidado de decorar os nomes dos alunos. O mais rápido possível .
        Sei que, em turmas muito grandes, tendo várias turmas diferentes, isso não é tão fácil... E, na verdade, tenho uma boa memória pra nomes e datas, o que já ajuda bastante. Mas, de qualquer jeito, desenvolvi brincadeiras que ajudam a aprender os nomes deles mais depressa. E passo o resto do tempo da primeira aula  ouvindo seus nomes, suas idades, seus interesses, seus gostos, suas preferências. Quando todos já falaram, tento dizer seus nomes, sem ajuda. Quando erro, eles corrigem. Então, fecho os meus olhos e eles trocam de lugar. Tenho que acertar os nomes assim mesmo. E assim vai. E assim eu acabo aprendendo rapidinho. (Fazer chamada, prestando bastante atenção, ajuda demais!)
         Como trabalho Interpretação de Textos, o que envolve discussão, elaboração de opiniões, argumentação, fica mais fácil ir conhecendo cada um dos alunos, suas histórias, seus problemas, sua maneira de pensar e de ver o mundo. Mas, não importa a matéria que lecionemos, o segundo segredo que aprendi é que  a sensibilidade e a empatia são instrumentos que podem realmente fazer toda a diferença!

PROFESSOR X ALUNO ?

        Dificilmente, tenho problemas de relacionamento com meus alunos. O segredo?... Gosto deles. De verdade.
        É claro que, de vez em quando, aparece um super chato... um sem noção... um metido... e fica mais fácil perder a paciência. Contudo, reparei que, se você procurar o melhor deles, é isso que vai encontrar.
        Isso ficou mais claro pra mim, depois de assistir a um filme sobre física quântica. Coisa complicada, pra alguém de Humanas, ainda que feito de maneira didática... Não me lembro agora do nome. Vou pedir à amiga que me fez assisti-lo (professora de Ciências...), e, depois, posto aqui. Em resumo, ele falava que somos capazes de criar realidade através do nosso pensamento, da energia que dispendemos. E, como um dos exemplos, mostrou a reação de moléculas de água ao comportamento de pessoas que se colocaram diante delas. Aquelas expostas à raiva, à atitudes mais violentas, apresentavam, ao microscópio, formas desarmônicas, espinhosas; enquanto outras, expostas à energia positiva, amorosa e gentil, mostravam-se lindas, cheias de harmonia. Como os seres humanos são constituídos por 70% de água, vocês podem chegar à mesma conclusão que eu...
         A relação com seu aluno vai depender diretamente da energia que você passa pra ele. Eu passei a observar o que ocorria nas minhas aulas. E constatei esse primeiro segredo: Procure, no seu aluno, sempre o melhor. Assim, o melhor dele responderá a você.
         Não se coloque em um campo de batalhas. Não estamos em campos opostos. A aula não é uma guerra. Um bom relacionamento entre professor e aluno, um laço forte existente entre os dois, faz, pelo menos, com que haja boa vontade, ainda que ele não goste da matéria que você ensina.
         A sala de aulas pode ser um lugar mágico. Os alunos têm muito a nos ensinar! Aproveitem, desfrutem, divirtam-se, cresçam! Apesar de alguns dias ruins, o contato diário com eles  nos ajuda a manter vivos a criança e o jovem que trazemos dentro de nós.